Subscribe:

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

And I will try, to fix you...♫


Quando os raios de sol insistem em se esconder
Sobre as nuvens negras do céu,
Enquanto a chuva purifica todas as lágrimas
Que ficaram presas por dentro.
E eu sinto a sua falta
Como um dia cinza
Em pleno verão.
Um inverno solitário
Que congela aos poucos
Todas as lembranças;
E eu tento então
Fazer com que elas permaneçam intactas
Mesmo sabendo que elas não são mais
Capazes de preencher
O que a sua falta faz.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Chuva, a janela e os raios de sol.



Silenciosamente ela foi se aproximando. Como quem não quer nada, como quem não faz nada. Lentamente um pequeno atrito podia ser ouvido, de longe, como um leve sussurro do vento. O silêncio podia ser ouvido de uma outra maneira, talvez, como um pedido de socorro, um tanto inusitado. Mas era o silêncio. Aos poucos a tempestade fora ficando mais forte, o vento uivava cada vez mais alto, a chuva ainda não havia começado. Mas aquilo tudo era um aviso, um grande aviso que se transformara em uma cilada. Um labirinto. Já era possível ouvir o barulho das janelas batendo, o vento ficava mais forte, tão forte que por mais que a janela fosse fechada, ela sempre permanecia aberta. A janela estava aberta. Todos sabiam. Mas a tempestade era muito forte e ninguém mais conseguia chegar até ela. Devagarzinho a chuva foi chegando, foi logo mostrando a tua cara. E da janela, não restou nada. O vento e a chuva a levaram. Enquanto isso, a água entrava pela casa. Todos sabiam. Mas nada mais adiantava ser feito. A janela já havia sido quebrada.  No outro dia, não havia janela, como também, não havia água. Os raios de sol já haviam penetrado sobre a casa antes que todos acordassem. Ninguém sabia. Ninguém imaginava.  E de repente era apenas uma casa. Sem janela, sem chuva e sem água.

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

“Não sinto o meu corpo. Não quero senti-lo por enquanto. Só permito a mim existir, hoje, enquanto consistência de palavras. Estas combinam-se em certas frases que expressam pensamentos meus oriundos da memória afetiva e criados pelo acaso. (...) Guardo para mim as minhas frases desencontradas e anárquicas. Ou melhor, deixo-as perderem-se a medida que são fabricadas pelo meu cérebro. Talvez um dia voltem, talvez um dia alimentem, à distância, algum escrito meu. Como correm, como voam, como saem aos montões. Quando converso com alguém, ainda tenho a nítida sensação de que possivelmente um lápis mágico escreve as minhas palavras na memória do amigo e interlocutor. (...)”

Em Liberdade - Silviano Santiago