Silenciosamente ela foi se aproximando. Como quem não quer nada, como quem não faz nada. Lentamente um pequeno atrito podia ser ouvido, de longe, como um leve sussurro do vento. O silêncio podia ser ouvido de uma outra maneira, talvez, como um pedido de socorro, um tanto inusitado. Mas era o silêncio. Aos poucos a tempestade fora ficando mais forte, o vento uivava cada vez mais alto, a chuva ainda não havia começado. Mas aquilo tudo era um aviso, um grande aviso que se transformara em uma cilada. Um labirinto. Já era possível ouvir o barulho das janelas batendo, o vento ficava mais forte, tão forte que por mais que a janela fosse fechada, ela sempre permanecia aberta. A janela estava aberta. Todos sabiam. Mas a tempestade era muito forte e ninguém mais conseguia chegar até ela. Devagarzinho a chuva foi chegando, foi logo mostrando a tua cara. E da janela, não restou nada. O vento e a chuva a levaram. Enquanto isso, a água entrava pela casa. Todos sabiam. Mas nada mais adiantava ser feito. A janela já havia sido quebrada. No outro dia, não havia janela, como também, não havia água. Os raios de sol já haviam penetrado sobre a casa antes que todos acordassem. Ninguém sabia. Ninguém imaginava. E de repente era apenas uma casa. Sem janela, sem chuva e sem água.
Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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